Do total de 33 integrantes da quadrilha que fraudava escrituras de terras, 15 ficarão presos até o julgamento, dentre eles a ex-tabeliã Helena Jacarandá
FRANCIS AMORIM Da Sucursal de Barra do Garças
Quinze dos 33 acusados de integrar a quadrilha especializada em fraudes cartorárias, grilagem de terras da União, crimes contra o sistema financeiro e corrupção de servidores públicos tiveram a prisão preventiva decretada pela juíza Vanessa Perenha Gasques, do Juizado Especial Federal em Mato Grosso, e vão continuar nas Cadeias Públicas de Barra do Garças e Aragarças (GO).
Os mandados de prisão foram cumpridos na madrugada de ontem pela Polícia Federal e apenas uma pessoa, Ailda de Deus Silva, servidora do Incra, ainda não foi presa.
Dos 33 presos na “Operação Lacraia”, desencadeada pela PF no dia 20 de abril, 12 vão permanecer reclusos e outras duas pessoas, que haviam cumprido os cinco dias de prisão temporária, voltam à Cadeia Pública de Barra do Garças: Ailda de Deus Silva, funcionária do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – Incra, e Thattiane Gervásio do Nascimento, ex-funcionária do Cartório do 1º Ofício de Barra. A ex-tabeliã do Cartório do 1º Ofício de Registro de imóveis, Notas e Protestos, Helena Costa Jacarandá, acusada de ser a chefe da quadrilha, também teve a preventiva decretada. Ailda deve se apresentar nas próximas horas.
A Justiça Federal decretou também a prisão preventiva de Lucélia Barros Lopes Parreira, tida como o braço direito da quadrilha, o marido, Rondon Rodrigues da Silva, seu ex-marido, Renato Alves de Oliveira Júnior, e a ex-servidora Maria de Lourdes Dias Guimarães. Os corretores de imóveis Rubens Omar Maurmann Borges, o “Quinho”, e José Roberto de Oliveira, último a ser preso pela Operação Lacraia, acusados de agenciar clientes para a quadrilha, foram colocados em liberdade. O ex-genro da Cartorária Helena, Mauro Célio Elias Melo, também foi solto.
Os irmãos Serineu Osmar Tura e Celso Tura, presos na cidade de Água Boa, apontados como braços da quadrilha, também foram colocados em liberdade à meia-noite de domingo. Já o chefe do cartório de Baliza (GO), Irismar de Paula Paraguasu, ramificação do esquema, vai permanecer preso na Cadeia Pública de Aragarças (GO).
O esquema de grilagem de terras da União consistia na falsificação de escrituras de terras que serviriam como garantia para solicitação de empréstimos junto a instituições financeiras. O esquema teria rendido milhões à quadrilha.
INTERNAÇÃO - Helena Jacarandá continua internada desde a semana passada num hospital particular de Barra do Garças. Ela apresenta quadro de alteração de humor, crise hipertensiva, evolução do quadro diabético e crise de artrose.
Fonte: Diário de Cuiabá
Data: 01/05/07
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